sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Como confiar no STJD?


O Grêmio não está mais excluído da Copa do Brasil. Está “apenas” eliminado. No julgamento do recurso no pleno do Superior tribunal de justiça desportiva, os auditores decidiram por 7 votos a 0, pela perda de pontos da partida contra o Santos. Como o Grêmio perdeu o jogo, ficou com -3 pontos, enquanto que o Santos,+3. Ou seja, numa eventual vitória por 10 a 0 para o Grêmio no jogo de volta, o tricolor ficaria com 0 pontos e o Santos permaneceria com 3. Portanto, a decisão ocasionou na consequente eliminação do clube da competição.

No primeiro julgamento, os auditores explicaram que a exclusão ocorreu porque a Copa do Brasil é uma competição eliminatória, ou seja, seria impossível retirar pontos da equipe. Mesmo sendo uma competição mata-mata, a Copa do Brasil tem em seu regulamento que “a equipe que somar mais pontos, avança”. Desconhecimento ou pré-disposição?

Muitos questionam que o Grêmio perdeu dentro de campo, pois se tivesse vencido o jogo, o Grêmio perderia os pontos, voltaria para zero e poderia reverter no jogo da volta. Ledo engano. Se o Grêmio tivesse obtido uma vitória, a exclusão seria mantida. Só houve essa decisão de retirar os pontos para eliminar o clube e tentar livrar a pele do próprio tribunal numa jurisprudência perigosa. Se a punição inicial fosse mantida, o tribunal promoveria exclusões toda a semana, pois infelizmente os atos racistas não irão cessar. Quem pratica o ato racista é a pessoa e não o clube. A instituição deve evitar, punir e tomar suas medidas. O Grêmio fez tudo isso e nada adiantou. Pagou por um crime que não cometeu.

O prejuízo já está feito. Não há como reverter as manchetes mundiais que carimbaram o clube gaúcho como racista, ou excluir a declaração do Presidente da FIFA, Joseph Blatter, apoiando a punição, mesmo que tenha ignorado outros episódios mundo afora. Infelizmente estamos nas mãos de um tribunal descriterioso, midiático, que promove julgamentos políticos e não técnicos.

O combate ao racismo deve continuar, mas gostaria de ver a minúcia com que foi tratado esse caso aparecendo mais vezes. Casos de injúria racial tem praticamente em cada rodada, em todos os Estados. Sem falar na homofobia e na violência protagonizada por torcidas, como nos últimos clássicos mineiro e paulista.

É difícil ter que confiar na justiça, quando ela não é justa.

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