A
paciência do torcedor colorado esgotou, após a derrota deste domingo, de virada
para o Figueirense, jogando no Beira-Rio. Mais do que a perda dos 3 pontos e a
chance de se aproximar do líder Cruzeiro que empatou com o Fluminense, o
problema foi a forma como perdeu.
Depois
de um 1º tempo muito bom, mais agressivo, com o retorno de D’alessandro, uma
boa partida do meia Alex e avanços importantes de Jorge Henrique (finalmente
escalado no ataque), o Inter permitiu um domínio absoluto do Figueirense dentro
da própria casa. No 2º tempo, Argel avançou o seu time e procurou ficar mais
com a bola. Abel segurou Jorge Henrique para evitar subidas do adversário pelo
lado esquerdo do campo e recuou o time. Esperou a equipe catarinense, que soube
aproveitar num belo trabalho do competente técnico Argel Fuchs.
Ao
final do jogo, vários torcedores protestaram contra Abel Braga, que teve de
sair escoltado por seguranças, mas também gritaram palavras de ordem para o
Presidente do clube Giovanni Luigi e para o centroavante Rafael Moura. Cânticos
como “vergonha, time sem vergonha” e “ei, Abel, pede o teu chapéu”.
O
Inter não está mal na tabela no Brasileiro, mas poderia estar melhor. Perdeu o
posto de vice-líder, porém segue distante do Cruzeiro: 9 pontos. Certamente a
bronca maior se refere às duas eliminações em sequência, na Copa do Brasil e na
Copa Sul-americana, sempre com o discurso de que o Brasileiro era o foco. Pois
bem, o time não pareceu tão focado assim.
Sobre
Rafael Moura, não há como defendê-lo, está realmente numa péssima fase. Mas
entendo que a cobrança maior deva ser com quem o escala. Mais do que isso, nos
últimos jogos, Abel não definiu um sistema de ataque. Escalou 2 centroavantes,
ou Sasha, ou Jorge Henrique na frente com He-Man. Rafael Moura não é
participativo, é um definidor. Para ele jogar, é preciso um esquema que lhe dê
assistências, como as constantes subidas de Aránguiz na sua grande fase da
temporada. Não sendo assim, a bola não chegando com qualidade, ele não vai
marcar. Não estou dizendo que concordo, mas explicando como ele joga. Por que
não testar outras alternativas? Um time sem centroavante fixo, por exemplo. Dar
mais chances para o Wellington Paulista, quem sabe!? Ou mais tempo para o
garoto Aylon, pois colocar o menino aos 46 do 2º tempo soou como deboche.
Não
acho que Abel tenha que sair, mas a direção precisa interceder. O clube
praticamente abdicou de duas competições de forma sumária para focar num
campeonato em que as chances são complicadas, devido à regularidade do
Cruzeiro. A direção deve mais explicações do que o técnico, embora ele também tenha
a sua parcela de culpa.
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