Em
decisão unânime, o Grêmio foi punido com a exclusão do clube da Copa do Brasil,
multa de 50 mil reais, além de impedir os torcedores identificados e acusados
no processo de entrarem na Arena pelos próximos 2 anos. Uma punição inédita
envolvendo o racismo no país e exemplar, como eu já imaginava diante da
repercussão do fato.
A
defesa dos advogados do Grêmio se baseou nas campanhas em que o clube vem
adotando contra o racismo no futebol desde 2005, além de estar auxiliando na identificação
dos responsáveis. Já a procuradoria citou não apenas o episódio envolvendo o
goleiro Aranha e o Santos, mas também um histórico recente negativo, como a
punição envolvendo o zagueiro Paulão no Tribunal da Federação Gaúcha de Futebol
no Gre-Nal das finais do Gauchão e os cânticos ocorridos no último domingo, na
partida contra o Bahia, em jogo válido pelo Brasileiro.
Na
prática, o Grêmio sofreu a menor das punições, pois já havia perdido dentro de
campo por 2 a 0 para o Santos e a classificação para a próxima fase já estava
distante ao natural. Na decisão, o clube não perdeu nenhum mando de campo no
Campeonato Brasileiro ou em outras competições. Simbolicamente, porém, o clube
fica marcado para o restante de sua história pelo fato de ter saído de uma
competição nacional por um caso de racismo. Justamente a Copa do Brasil, que o
Grêmio ganhou tantas, inclusive a primeira. Desta Copa do Brasil o clube foi sumariamente
retirado para dar o exemplo ao país.
Pessoalmente
lamento, pois os torcedores de bem acabaram sendo punidos também. Por conta da
inconsequência de alguns, foram impedidos de torcer pelo seu time nesta
competição. E os jogadores, nem tiveram a chance de tentar reverter o placar
adverso diante do Santos, na Vila Belmiro. Todos foram punidos, não apenas quem
praticou o racismo.
Espero
que o tribunal, aplaudido no Brasil inteiro nesse momento, tenha a mesma
coerência em casos semelhantes a partir de agora. Infelizmente não acredito que
estejamos perto de extinguir o racismo dos estádios. Não há como garantir que
os fatos não se repetirão, pois o problema não é do clube e sim de educação e
da falta de senso para conviver em sociedade de algumas pessoas.
Se é
verdade que o bem sempre vence o mal, ainda estou esperando o final feliz para o
gremista de bem, que é contra o racismo, mas foi colocado dentro do mesmo cesto
dos infratores, certamente pouco preocupados nessa hora.
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