O
Grêmio não está mais excluído da Copa do Brasil. Está “apenas” eliminado. No
julgamento do recurso no pleno do Superior tribunal de justiça desportiva, os
auditores decidiram por 7 votos a 0, pela perda de pontos da partida contra o
Santos. Como o Grêmio perdeu o jogo, ficou com -3 pontos, enquanto que o Santos,+3.
Ou seja, numa eventual vitória por 10 a 0 para o Grêmio no jogo de volta, o
tricolor ficaria com 0 pontos e o Santos permaneceria com 3. Portanto, a decisão
ocasionou na consequente eliminação do clube da competição.
No
primeiro julgamento, os auditores explicaram que a exclusão ocorreu porque a
Copa do Brasil é uma competição eliminatória, ou seja, seria impossível retirar
pontos da equipe. Mesmo sendo uma competição mata-mata, a Copa do Brasil tem em
seu regulamento que “a equipe que somar mais pontos, avança”. Desconhecimento
ou pré-disposição?
Muitos
questionam que o Grêmio perdeu dentro de campo, pois se tivesse vencido o jogo,
o Grêmio perderia os pontos, voltaria para zero e poderia reverter no jogo da
volta. Ledo engano. Se o Grêmio tivesse obtido uma vitória, a exclusão seria
mantida. Só houve essa decisão de retirar os pontos para eliminar o clube e
tentar livrar a pele do próprio tribunal numa jurisprudência perigosa. Se a
punição inicial fosse mantida, o tribunal promoveria exclusões toda a semana,
pois infelizmente os atos racistas não irão cessar. Quem pratica o ato racista
é a pessoa e não o clube. A instituição deve evitar, punir e tomar suas
medidas. O Grêmio fez tudo isso e nada adiantou. Pagou por um crime que não
cometeu.
O
prejuízo já está feito. Não há como reverter as manchetes mundiais que
carimbaram o clube gaúcho como racista, ou excluir a declaração do Presidente
da FIFA, Joseph Blatter, apoiando a punição, mesmo que tenha ignorado outros episódios
mundo afora. Infelizmente estamos nas mãos de um tribunal descriterioso,
midiático, que promove julgamentos políticos e não técnicos.
O
combate ao racismo deve continuar, mas gostaria de ver a minúcia com que foi
tratado esse caso aparecendo mais vezes. Casos de injúria racial tem
praticamente em cada rodada, em todos os Estados. Sem falar na homofobia e na
violência protagonizada por torcidas, como nos últimos clássicos mineiro e
paulista.
É difícil
ter que confiar na justiça, quando ela não é justa.
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