Fui
contra a contratação de Luiz Felipe Scolari para treinar o Grêmio. Não gostei
do trabalho dele na Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo. Insistiu demais
em Fred, teve postura inadequada e teimosa diante da Alemanha, além de equívocos
na convocação e montagem de grupo, entre outros erros. Ele foi responsável pela
derrota vexatória, isso é inegável. Devido a isso e trabalhos recentes que não
me agradaram, não acreditava que Felipão fosse capaz de se reinventar, de ter a
humildade para rever conceitos e focar no trabalho. Felizmente me enganei!
O
jornalista que acompanha os seus clubes locais torce para que haja evolução,
conquistas, bons trabalhos e possa, portanto, cobrir grandes eventos,
representar seu veículo de comunicação nas principais competições mundo afora.
Eu, pelo menos, penso assim. Quando dei a opinião contra Felipão, estava
pensando no melhor para o clube, que precisa se reerguer e encerrar esse jejum
de títulos. Após o anúncio, concordei que a relação do técnico multi-campeão com
o tricolor gaúcho poderia fazer bem a todos. Ao time e ao treinador, abatido
pela forte pressão naquele momento.
Torci
para estar errado e o que estou vendo é um trabalho brilhante de Luiz Felipe,
digno de aplausos. Ciente das limitações da equipe, ele ajustou o sistema
defensivo, invicto há mais de 800 minutos. Méritos também para o melhor goleiro
do Brasil, Marcelo Grohe, mas Felipão tem achados individuais, como Zé Roberto
na lateral-esquerda, Felipe Bastos no meio e a recuperação de Barcos como a
referência do time, a exemplo do que fazia com o Pirata no Palmeiras. O aproveitamento do técnico desde que chegou a Porto Alegre é de 66% no Brasileiro, abaixo apenas do Cruzeiro.
O
Grêmio não tem um articulador, mas tem articulação. Começou jogando por uma
bola. Hoje, é o 3º time que mais finaliza no Campeonato, atrás apenas de
Cruzeiro e Inter. Sofre com um banco mais qualificado, é verdade, mas até por
isso, deve-se valorizar o trabalho na casamata. O Grêmio está fora do G4, mas
tem pontuação de 3º colocado. Está na briga por algo grande no Brasileiro.
Tem
coisas que não se misturam no futebol, mas não é esse o caso. Definitivamente
Felipão e o Grêmio nasceram um para o outro.
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